7/29/2007

Blogagens

O primeiro blog que eu acompanhei mesmo, que eu gostava de saber que tinha postagem nova, que eu visitava e me divertia sempre se chamava Jamaican Water Flavored Soda. Um dia, por um motivo qualquer (acho que era Patrícia o nome do motivo), o dono deletou o Jamaican Water.

Uns pares de anos depois, o blog que eu mais lia era um chamado Cadê o Meu Carro Voador?. Dessa vez não havia Patrícia nenhuma, mas o dono do blog deixou ele pra lá. Parou de escrever, simplesmente. Não deletou, mas ele tá ali, nos links, com as postagens antigas juntando teia de aranha. Eu reclamei, chorei, espernei, tentei convecê-lo, mas nada disso fez com que o dono continuasse com as postagens. Eu não entendia como alguém que escrevia tão bem, ou que escrevia tanta coisa que eu gostava, pudesse simplesmente enjoar da noite par o dia.

Um pouco mais recentemente, aconteceu de novo. Era um blog antiguinho, bem pessoal - o mais pessoal entre os links ali do lado -, desses que tem páginas e páginas com pedacinhos da vida de alguém. Eu lembro particularmente deste porque eu tomei bronca por não ter colocado esse blog ali nos links antes. E algumas semanas depois deu finalmente ter cedido, o que acontece? Sim, você já sabe, o blog foi deletado, não sobrou um textinho de recordação.

Eu não entendia como alguém poderia simplesmente deixar pra lá tanta coisa que foi escrita. Não entendia como alguém simplesmente enjoava de algo que todo mundo que acompanhava ainda gostava. Pois bem, hoje eu entendo. Não que eu tenha muitos leitores, é claro. Mas eu enjoei. Não posso mais com as cores do blog. Não suporto a proposta dele. Gosto do que ele contém, mas ele se tornou enfadonho para mim. Pela primeira vez me passa na cabeça a idéia de organizar as coisas, acredita? Um espaço para contos, um espaço para poemas, um espaço para outras bobagens... E pode ser que este texto que você lê agora seja uma despedida. Portanto, deixo aqui um beijo, um abraço, um agradecimento, uma lágrima e uma sorriso, e você pode pegar qualquer um deles. Mais de um, inclusive, se assim você desejar.

Mas pode ser que eu só mude o lay-out, então não se empolgue muito.

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7/24/2007

Sentido

Nem eu me entendo meus textos, por que exigem vocês sobre eles um direito o qual eu mesmo não tenho? Embora haja sempre um emissor e um receptor envolvidos, escrever é um ato egoísta. O meu escrever é um ato puramente egoísta. Se lhes mando cartas, se lhes mostro meu espaço, é só para que saibam: estou escrevendo pra mim, uso-os pra me exibir pra mim mesmo. O tu e o ele têm pra mim mesmo valor, são tudo aquilo que não sou, são tudo aquilo que não está no texto, e sou tão orgulhosamente mesquinho que nem esta regra eu sigo absolutamente. Se eu não tenho medo de ler algo de meu próprio punho e dar a cada dia um novo sentido, de dar a cada leitura um novo sentido, de dar a cada artigo um novo sentido, não vejo porque eu deveria lhes poupar o desconforto. Não explico nada, só dou a vocês tudo que dou a mim mesmo - a incontrolável vontade de brigar.

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7/23/2007

Genética

- Não, não fui com a sua cara. Seus genes são setenta por cento de outro lugar.

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