6/29/2006

Poema

Qualquer um que vomita
Se escora na parede e grita:
- É poesia!

Caga na mão e arremessa;
A merda bate na parede
Explodindo em retrato
Ao som de um que grita:
- É poesia!

Um se encontra de membro túrgido.
Leva a mão de encontro à virilha
E levemente roça as bolas
E depois agarra o pau duro,
E a repetição frenética do vai-e-vem
E depois mira o pobre lençol
E esporrando sobre o leito vazio
Bate um retrato e grita:
- É poesia!

E um espirro à toa
Do qual o ranho voa
Todo mundo grita:
- É poesia!

E o garotinho que se alivia,
Ao terminar enche o pulmão
E com toda sua força grita:
- Mãe, vem limpar meu cu cheio de poesia!

Assim qualquer excremento:
A baba do retardado,
O pentelho sujo no sabonete,
Sangue de boceta suja,
Suco velho de cacete,
Diarréia que cai da hemorróida,
Chorume e smegma na bacia,
A tudo isso gritamos:
- Só pode ser poesia.

6/28/2006

Mais conversa de corredor.

"Eu estou muito mais desumano do que já era graças ao ensino (?) superior"

Por Ovo Sartorato.

6/27/2006

Retirado e escondido.

Mais um que ainda não está como eu quero. Tá bem ruinzinho ainda, pra falar a verdade, mas vamos lá encher o saco do público.




De como o artista chegou na casa de um amigo e viu que um presente antes entregue fora retirado da parede.


Eu te entreguei um bordado,
Tu, que fizeste com ele?
Era feia a forma dele,
Era ruim o mimo dado?

Não querias que outros vissem,
Estampadas na parede,
As tortas linhas em rede,
E apontando se rissem

Dos teus melhores trabalhos?
Minhas linhas maltrapilhas
Tinham sabor do cru alho,
Ou ofuscavam tuas filhas?

6/20/2006

Conversa de corredor.

Perca todas as coisas, e não precisará mais se preocupar.