Poema
Qualquer um que vomita
Se escora na parede e grita:
- É poesia!
A merda bate na parede
Explodindo em retrato
Ao som de um que grita:
- É poesia!
Leva a mão de encontro à virilha
E levemente roça as bolas
E depois agarra o pau duro,
E a repetição frenética do vai-e-vem
E depois mira o pobre lençol
E esporrando sobre o leito vazio
Bate um retrato e grita:
- É poesia!
Do qual o ranho voa
Todo mundo grita:
- É poesia!
Ao terminar enche o pulmão
E com toda sua força grita:
- Mãe, vem limpar meu cu cheio de poesia!
A baba do retardado,
O pentelho sujo no sabonete,
Sangue de boceta suja,
Suco velho de cacete,
Diarréia que cai da hemorróida,
Chorume e smegma na bacia,
A tudo isso gritamos:
- Só pode ser poesia.