11/05/2008

Regina Spektor - Bon Idée

Bon Idée ilustra o que é o Songs pra mim. Tem o esmero fudido que eu sempre espero da Regina na parte musical. Coisa de quem sabe cantar, de quem sabe tocar, de quem sabe compor e de quem sabe escrever; de quem é excelente musicista e algo mais.Musicalmente, porque é um passo a frente em relação ao 11:11. No primeiro CD, as influências de jazz, e principalmente blues, estão na cara, óbvias de serem reconhecidas nos temas musicais e nas letras. Aqui elas estão mastigadas, incorporadas ao repertório de tal maneira que elas parecem fazer parte da própria Regina. Tem uma mistura de música popular, jazz e erudita no piano tão amalgamada que é uma quarta coisa. Não é pop, não é jazz, não é erudita; é essa dificuldade de encaixar num rótulo musical que a faz a gente gritar "meu deus, o nome disso é Regina Spektor".O mesmo com a voz: tem um arrastar, um drive disfarçado, um sussurro, um cuidado em esconder o cuidado. O grande trabalho hercúleo de parecer que não é trabalho nenhum. Tem aquele jeitinho de Lady que ela iria homenagear só dali alguns anos, mas tem uma outra coisa, uma força diferente e uma outra suavidade e tristeza, muito diferentes das suavidade e tristeza recebidas como influências e que estavam escancaradas no trabalho anterior.E a letra, que é quase poesia. Tem a repetição de love, uma repetição que esgota o sentido da palavra e a torna não uma unidade de sentido, mas um elemento ritmo e melódico. Essa repetição que vai aparecer depois no Soviet Kitsch, levada ao extremo em Carbon Monoxide, por exemplo. E, no plano do sentido, tem aquele algo muito peculiar dos artistas de tradição judaica: o pensamento religioso agudo, que desconfia do próprio Deus, e é a pedra de toque de entender e pensar todo o resto, mesmo que já não se tenha nada a ver com Deus ou nem sequer se acredite nele.E, por fim, é o mais abandonado dos álbuns, pela sua dificuldade. Ele tem a aridez de um deserto, e por isso estamos sempre nos atrevendo a desviar por outros caminhos, reclamando de dividir nossa sobremesa.

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1 Comments:

Blogger Cintia Guccih said...

Emil

Obrigada pela sua presença no meu blog!

Em relação ao meu post, tenho certeza que não está ruim a pontuação e muito menos mal escrito, pois eu sei bem o que escrevo.

A respeito da pesquisa,não houve qualquer plagiação, pois a pesquisa que realizo não tem nenhum valor de direitos autorais, e o objetivo do meu blog não é fazer com que as pessoas leiam sobre a "história em si" do artista, pois muitos acabam nem lendo.Procuro ser a mais preve possível no que escrevo.

Plagio seria se eu estiver roubando algo de alguém sem colocar os direitos autorais, mais no caso eu não estou.

E o meu Blog tem o objetivo de mostrar artistas novos.

De que me vale saber se que a perostroika foi o plano de reestruturação da União Soviética inaugurado pelo Gorbatchev, e que não tem nada a ver com a questão judaica?

Parabéns por você saber sobre esse assunto, pois não me interessa de forma alguma os seus conhecimentos.

Muito obrigada e muita boa sorte no seu blog também.

E pode deixar, que das minhas postagens eu sei bem o que faço!

Cintiaa .

8:06 AM  

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