6/29/2006

Poema

Qualquer um que vomita
Se escora na parede e grita:
- É poesia!

Caga na mão e arremessa;
A merda bate na parede
Explodindo em retrato
Ao som de um que grita:
- É poesia!

Um se encontra de membro túrgido.
Leva a mão de encontro à virilha
E levemente roça as bolas
E depois agarra o pau duro,
E a repetição frenética do vai-e-vem
E depois mira o pobre lençol
E esporrando sobre o leito vazio
Bate um retrato e grita:
- É poesia!

E um espirro à toa
Do qual o ranho voa
Todo mundo grita:
- É poesia!

E o garotinho que se alivia,
Ao terminar enche o pulmão
E com toda sua força grita:
- Mãe, vem limpar meu cu cheio de poesia!

Assim qualquer excremento:
A baba do retardado,
O pentelho sujo no sabonete,
Sangue de boceta suja,
Suco velho de cacete,
Diarréia que cai da hemorróida,
Chorume e smegma na bacia,
A tudo isso gritamos:
- Só pode ser poesia.

5 Comments:

Blogger Lara Spagnol said...

é por isso que eu digo.

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1710221

9:06 PM  
Blogger Lara Spagnol said...

e que é aquele último de todos ali hein?
ô.

9:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

[ficou bom!]
[medo.]

Ok, não sei bem se quis dizer isso, mas eu tenho revoltas enormes com o desenvolvimento dessa teoria ridícula do "qualquer-coisa-hoje-em-dia-é-poesia".
Uso de palavras desconexas e realmente sem o menor sentido; massiva utilização de gírias vergonhosas; uso abusivo e vil do tema "sexo"; desconhecimento do termo "ritmo"; tentativas cômicas de fazer rimas; conteúdo pobre empobrecedor e exaltação da precariedade na produção dos textos (por exemplo escrever ao lado do nome do autor de um poema: "originalmente escrito em papel higiênico e com caneta bic".).

É o fim dos tempos, é sim.

9:45 AM  
Anonymous Anônimo said...

ah.


benga, ué.
=*

3:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

Vc esqueceu das poças de lama que são visceralmente poeticas!!

2:41 AM  

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