3/26/2006

Piegas

É verdade que passou muito, muito, da hora, que eu já deveria ter te dito isso há muito tempo.

Mas eu não consegui.
Pela minha falta de coragem eu não consegui. Pela minha falta de força eu não consegui. Pela minha falta. Pelo meu excesso. Paixão e virtude. Minha paixão é o Medo.

Tudo isso é claro , é claro, é verdade. Nada menos, nada mais. É metade dos motivos da insônia, das silenciosas confissões ao travesseiro. A outra metade, você faz parte dela.

Não é a primeira paixão da humanidade, não será a última, não será desprovida de clichê como são todas as outras. Não é diferente de todas as outras. Pra mim, é muito diferente. Das minhas, dos outros.

Passou muito da hora. Eu queria que você fosse atropelada, definitavamente. Você foi, mas não foi. Se tivesse ido, eu não precisaria contar. Eu preciso falar. Você sempre volta, e eu tenho que encarar o fato de eu nunca ter falado, deu precisar falar, da minha falta, do meu excesso.

Donde vem esse medo? Disse alguém, e eu já repeti, que todos os medos são reflexo daquele medo mais primordial, que é o medo do desaparecimento. Hoje eu não sei, acho que vou ter que chmar essa rosa de outro nome, ela tem outro cheiro. Tem um cheiro conhecido, um cheiro do saber.

Eu sei.

O medo de falar é quele medo da rejeição. Eu tenho medo do mas, porque eu sei que é mas.

Agora você sabe, e eu sei que você sabe desde antes. Também sabe que eu sei.

É esse o medo que fez passar da hora e fica o não dito pelo subentendido: Eu sim, mas você não.

3 Comments:

Blogger GG said...

Esse pode ser o pior e mais rancoroso conselho que eu já dei:

Não fale.

;)

5:28 PM  
Blogger M Rodrigues said...

Não te conheço, mas me intrometo partindo do príncipio que isto seja um bem querer por uma mulher. Se não for o caso, desconsidere o que digo: Abra-se e diga o que sente. Se não for correspondido, aprenda que isso faz parte. Qualquer sentimento que tenha outras pessoas tiveram. Imagine que se o seu pai não tivesse tido coragem de falar com sua mãe: você não existiria. Para além do bem e do mal, você existe e se não o quisesse, já teria sucumbido e cortado a garganta. Baseado no que aconteceu comigo, reitero: seja sincero. Eu fui e não adiantou, mas uma pequena lição, com aquela garota que conheci pela internet e revelou gostar de tudo o que gosto, menos de mim, eu aprendi: quando alguém gostar de mim (meio dificil, mas nada impossível) eu vou saber como conduzir a situação, e não vou ter dúvidas sobre o que teria acontecido se eu tivesse exposto meus sentimentos. Acho que você terá uma sorte melhor que a minha.


(peguei seu link no blog da Karina !!! Perdoe tal ousadia, mas não seja egoísta de guardar isso consigo por medo, covardia. E não espere uma mulher tomar a primeira atitude. Isso, históricaente, cabe ao homem.)

1:32 PM  
Blogger M Rodrigues said...

E aí? Já falou com a garota? (é mulher né?) não? Hum...Essa sensação que você tem pode ficar muito pior...Ver ela (ou ele, enfim séc XXI...) nos braços de outro deve ser muito ruim...Pior é saber que poderia estar nos seus braços (mas, mas, mas vocêêêê....se amedrontou...)
enfim...você fuma?

11:46 AM  

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